Martes 13

13.4.10

Hoje sinto-me ultrajada, traída, absolutamente revoltada. Imaginem que um dia vocês acordam e descobrem que andaram a mentir-vos a vida toda. Que, sei lá, são adoptados (Mãe, Pai, esta é a vossa deixa), que afinal o gato que dá azar é o branco e não o preto, que os 7 anos de mau sexo vêm de brindar e beber e não de brindar sem beber. Ou... quem sabe... que o dia maldito, o mundialmente famoso dia maldito, é "Martes 13" e não "sexta-feira 13". Acordas a achar que é um dia normal e, pimbas, na rádio, no jornal, nas conversas de café. "Hoje é o dia do azar".
Tentas revoltar-te, explicar que estão errados, que isso é quando os dias treze são à sexta-feira. Contas-lhes do filme, dos livros, das festas da escola. Eles riem-se de ti e das tuas frustradas tentativas de internacionalizar este país.
Mas tu controlas-te e dizes que não, que não vais sucumbir a esta ignorância social. E então lá vais tu, toda pimpona, gravar a tua reportagem... Era às onze, mas começou as 12.30. Era sobre um taxi de cães. Mas, infelizmente, não havia cães.
"Não faz mal, marina, tudo vai correr bem". E então chegamos ao carro e... Tcham, tcham. Janela do carro partida, vidros por todos os lados, seguro, oficina, não dá tempo para almoçar.
No fim do dia, de volta à redacção, lá estas tu, toda graciosa, a contar a tua aventura. Os teus ouvintes riem-se. Riem-se demasiado para uma historia tão banal. Não percebes, perguntas. E a resposta, claro que não podia ter sido outra:
"Parece que os que estavam enganados eram vocês. Afinal o dia do azar é mesmo a terça-feira 13".
Têm ai algum espanhol à mão para eu estrangular?

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