¡Olé Toro!

23.2.10

Hoje descobri que todos os espanhóis* odeiam o Vicky Cristina Barcelona. Sentem-se defraudados, enganados, distorcidos.
Porque “a Espanha não são homens de camisa de seda vermelha aberta até metade do peito”. Pois não. Porque “em Oviedo não se canta Flamengo”. Pois não. “Muito menos num jardim interior no meio da madrugada”. Tens razão. Porque “um cigano às quatro da manhã em Oviedo assalta-te, não te canta uma Copla”. Assim já é preconceito. Porque “a periferia de Barcelona não tem aquelas casas”. Isso não sei. Porque “quanto tempo vai durar o mito do macho latino?”. Acho que para sempre. “É que só faltava passar um touro preto no meio da rua”. Não esteve longe disso.
E quando a conversa acabou eu tentei explicar que o filme foi feito para reforçar a ideia que se tem de Espanha lá fora. Tentei mostrar-lhes o lado positivo.
- Já viram a vossa sorte? Vocês chateiam-se porque o estereotipo à volta do vosso país é um macho latino irresistível, um concerto ao ar livre e um jantar a luz de velas numa casa com um grande jardim.
- Mas isso é horrível, porque não é verdade – protestaram
- Imaginem lá se tivessem encomendado ao Woody Allen um filme sobre Portugal...
Risota geral. Algumas piadas de circunstância e então eu sugeri o guião:
- Seria a história de uma velha peluda de bigode que andaria sempre com uma toalha enrolada à cabeça e morreria engasgada com uma espinha de bacalhau.
- Faltou dizer que se apaixonaria pelo Cristiano Ronaldo - acrescentaram.
Exacto.

*¡Alerta margem de erro!

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