A menina namoradeira

3.12.09

Comecei a namorar aos 14 anos. Ele era o meu melhor amigo. Estivemos juntos uns 6 meses. Sentávamos um ao lado do outro no cinema e comíamos Mcdonalds. Namoro moderno, pensava. Um dia ele deixou-me. Assim, sem mais nem menos. Rapidamente fiz um novo melhor amigo. Este era diferente, mais normal, pode-se dizer. Então com ele planeei uma vida lado-a-lado, sonhei-nos a contar aos nossos filhos a nossa longa história de amor. E então chegou o dia em que ele me disse: “Marina, temos de conversar”. E eu chorei. Chorei muito, como se a vida não tivesse mais sentido. A minha mãe, abismada, dizia-me “filha, és muito nova, a vida continua” e eu nesse momento estive a ponto de estrangula-la, como é que ela não via que ele era o amor da minha vida? Seis meses depois (e vários litros de lágrimas derramados) tive um novo namorodo. (Quem diria, ahm?) Ah, mas esse nem conta. Então veio o outro, logo a seguir, quase emendado. Namoro especial esse, prefiro não comentar. Então o trauma do namoro anterior levou-me a tomar uma decisão radical: queria estar solteira durante um ano. Uma semana depois do prazo superado, la me meti eu em mais uma. Namoro longo. Namoro estável. Sem grandes sobressaltos (nem grandes emoções). Um dia ele arranjou outra. Terminou comigo por telefone e, pela primeira vez, senti que me doeu o coração, aquela dor profunda, uma pontada demasiado forte para aguentar. E não teria suportado se não tivesse encontrado o meu seguinte namorado, e que lufada de ar fresco. Secou-me as lágrimas e pôs-me a sorrir. Viajámos o mundo e comemos batatas fritas, até que um dia, puf. “Foi melhor assim”, dizemos até hoje, mas no fundo ninguém o sabe ao certo.
Tudo isto para concluir que há oito meses que não tenho namorado. O que é praticamente um período de namoro solitário, mas tem sido difícil. Não sei se é feliz ou infelizmente mas não posso acabar comigo, nem vice-versa. Não me levem a mal, acho mesmo que sou um bom partido, mas só queria alguém que me oferecesse gomas quando estou triste. E, entretanto, a vida segue, e hoje vou ao cinema com o meu novo namorado, que é como quem diz, comigo mesma.

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