Nao me digas!

16.4.08

Ontem ficámos em segundo lugar no jogo do quiz. Dois euros de prémio para cada um. Pareceu-me uma má distribuição, já que o Chico não respondeu a nenhuma questão. Ficou ali calado e amorfo o tempo todo a ouvir-nos discutir sobre os deuses do Induismo. Mas passemos à frente. Aquilo a que eu chamo de “o quiz” é um bar que costumamos ir onde, enquanto a empregada nos obriga a consumir bebidas (óptimas) de seis euros, joga-se a um jogo de perguntas e respostas.
É divertido, a sério. Um pouco stressante, talvez. É um fenómeno estranho este. O que leva as pessoas a querem ser testadas na sua cultura geral? É algum movimento de alimentação do ego? É claro que não tenho autoridade nenhuma para dizer isto, já que foi da minha boca que saiu outro dia a frase “Ser posto à prova é sempre divertido”. Faltou a coragem para dizer. “Isto é, se ganharmos”.
Ganhar é, definitivamente, um factor importante para a diversão de uma noite como estas.
E com perguntas como “Qual a característica das abelhas americanas” e “Qual o símbolo do Budismo”, lembramo-nos como o Google se tornou o nosso melhor amigo. Isso e as pessoas com telemóveis e mensagens grátis.
A melhor prova disso é que podemos não "aprender nada na escola", mas ainda conseguimos ficar à frente do grupinho do "esino à antiga".

Toda esta dissertação fez-me querer partilhar um outro episódio.
Nao resisto.
Outro dia no Quem Quer Ser Milionário, havia um concorrente que não sabia quem defendia que “todas as cartas de amor são ridículas”.
Resolveu, então, pedir ajuda ao público, que estava dividido entre Fernando Pessoa e Cesário Verde. O jovem decidiu, por fim, telefonar à professora de português, que não só deu a resposta certa, como ainda acrescentou: “e não seriam cartas de amor se não fossem ridículas”.
O Jorge Gabriel, querendo dar, como sempre, o ar de sua graça, resolveu rematar fazendo mais uma luz sobre a nossa ignorância: “Foi do pseudónimo Álvaro de Campos, este poema”.

Deviamos ligar para lá a avisar que as abelhas americanas não têm ferraõ. E o Jorge Gabriel ainda poderia acrescentar: "E há gente que acha que elas são todas amarelas, veja só".

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