A Primark

27.10.08

A propósito da abertura de um novo shopping na Coruña (na verdade o único shopping propriamente dito do ponto de vista português da coisa) e da sua respectiva loja-estrela, a Primark (paraíso dos tops a 3 euros!):

Marina – Também foste ao shopping no Sábado? Que tal a Primark?
Amiga Espanhola – Eu até gostei do espaço, mas não gostei muito dos quadros.
M – Dos quadros?
(estes espanhóis são mesmo estranhos….)
AE – Sim, não gostei muito…
M – Não reparei nos quadros…
(conversa a tornar-se surreal…)
AE – Não eram lá muito bons.
(assustador)
M – É que eu fui lá para comprar roupa!
(sorriso de “esta tipa é creepy!”)
AE – Pois, mas de que vale haver uma loja tipo Primark na coruña se os quadros não valem nada?
(ou algo de errado se passa com esta tipa, ou…)
M – Um momento. O que são “quadros”?

Como já tem vindo a ser comum na minha vivência por terras galegas, esta conversa foi mais uma daquelas que teve dois (assustadores) pontos de vista.

Marina – Também foste ao shopping? Que tal a Primark?
Amiga Espanhola – Eu até gostei do espaço, mas não gostei muito dos tecidos.
M – Dos tecidos?
AE – Sim, não gostei muito…
(detesto conversar com estrangeiros, tenho sempre de repetir as coisas duas vezes)
M – Não reparei nos tecidos…
(Como assim vai a uma loja de roupa e não repara nos tecidos?)
AE – Não eram lá muito bons.
M – É que eu fui lá para comprar roupa!
(Não me digas? Que tipa tão fútil!)
AE – Pois, mas de que vale haver uma loja tipo Primark na coruña se os tecidos não valem nada?
(Começo a perder a paciência para estes estrangeiros consumistas)
M – Um momento. O que são “tecidos”?

Parece que em espanhol “tela” significa tecido e não “quadro” como a Marina precipitadamente concluiu.
Não será preciso reforçar que a “amiga espanhola” nunca mais me olhou com os mesmos olhos e, sempre que passo por ela ouço a boca “que tal os quadros da Primark?”
Ossos do ofício.

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