«O amor nos torna patéticos»

2.7.08

Hoje a minha professora de espanhol disse uma coisa interessante. Estávamos a conversar sobre cinema quando ela se sai com esta. «As pessoas que vêm muitos filmes são mais infelizes».
E isso pôs-me a pensar. Lembrei-me da minha amiga que não encontra um namorado porque não aceita nada que não seja «um príncipe azul» (como diria a Patrícia, a professora de espanhol divorciada e desencantada de amor). Divaguei pelos pedidos de casamento, planos do vestido branco e fotos familiares. Lembrei-me de todas as vezes que me escondi «no escurinho do cinema, chupando drops de anis, longe de qualquer problema, perto de um final feliz»
Percebi que a Julia Roberts e a Meg Ryan não me fazem muito bem à cabeça.
E, perdendo-me enquanto a Patrícia se empenhava em ensinar-me os verbos do imperfeito, senti vontade de sussurrar ao ouvido de alguém
«Meu bem você me dá agua na boca».
De mandar uma simples mensagem
«Vem me beijar, meu doce vampiro, na luz do luar».
De esperar que ele venha com borboletas no estômago.
E quando chegar «vou abrir a porta, para você entrar, me beijar a boca, até me matar».
De «despir fantasias, tirar a roupa»
E depois, «Banhada de suor, de tanto a gente se beijar, de tanto imaginar loucuras». Ouvir um «Que tal nós dois, numa banheira de espuma?» E aceitar o «cuerpo caliente, um dolce farniente, sem culpa nenhuma».
E foi neste ponto que a Patricia zangou-se. Lá estava eu a confundir outra vez o português o italiano e o espanhol.
Interrompidos os pensamentos errantes conclui que «as pessoas que vêm muitos filme ou são infelizes ou profundamente mais felizes».

«Ai de mim que sou romântica!»
quem diria?

*** Rita Lee, Coliseu dos Recreios ***

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