Visita de médico
29.11.09Vistas bem as coisas, foi só um dia. Mas nesse dia houve tempo de visitar castelos, debater a situação actual do jornalismo, passear pelos parques de folhas vermelhas e fazer bolas de neve na feira de Natal. As horas esticaram-se e comemos bacon com feijões agridoce ao pequeno-almoço e bebemos uma Fosters ao jantar. Um brinde aos velhos tempos.
Deu para dormitar nas cadeiras do teatro vermelho e até para culpar o humor britânico da nossa nula compreensão das piadas com sotaque cerrado. Tive direito a festas Erasmus e a frango recheado com pesto. Comi cabelos que sabiam a batatas fritas e salivei com as fontes de chocolate no meio da praça. Vibrei com o rugby nacional e fui abençoada com o sol daquela manha de Outono. E, já agora, que todos fiquem a saber que só sobrevivi às nove horas de viagem graças às rezas de uma amiga indiana. Dhanyavadh.
Por aquelas terras também havia dragões vermelhos na rua e esquilos a passear nos parques. O museu fechava às cinco e a roda gigante custava quatro pounds. Too expensive. Ela falava de Gales e eu de Espanha. No fim acabei por lhe pegar a minha cadencia portuguesa e ela concluiu uma vez mais que não tinha personalidade linguística. Ainda podia falar-vos daquele amigo que queria pronunciar “eu comi seis pizzas” e acabou por dizer “eu comi seis pichas”, mas isso seria demasiado obsceno para este blog. Se houvesse mais espaço contar-vos-ia do italiano comunista que tem sotaque britânico, do galês que esconde o crânio por trás dos músculos e do americano que mais tem pinta de europeu. Mas não há mais tempo, porque o dia acaba e como ele esta pequena aventura, ou melhor dito, esta exótica visita de médico.
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