O trauma dos nomes

19.1.11

Desde que vivo na Galiza há um tema que me incomoda especialmente: os nomes. Aqui há aquele sentimento de “manter viva a tradição” e é cool, moderno, super in, pôr nas crianças nomes, hmmm, tradicionais. E não necessariamente galegos.

Então andamos pela rua e escutamos, “Gadea, vem aqui”. Claro que nesse momento pensamos em gado, mas não dizemos nada. Depois há a Águeda (que parece que é um rio português) e o Bieito (que para mim é nome de padre). E, claro, é impossível evitar a situação do “Como se vai chamar a tua filha?” E respondem-te “Mencia” e tu só pensas em melancia, mas dizes “Ah, que bonito”. Nos rapazes o mais comum é o Brais, que tem nome de bacalhau, mas outro dia conheci um Uxio, e parece que tamos sempre a mandá-lo calar (shhiiuuuu). Conheço também um Senén e un Efrén e eu, obviamente, confundo-os. Iria para mim parece nome de remédio e Icíar não vale porque é difícil de pronunciar. Depois há um que eu tenho uma implicância especial e a primeira vez que ouvi fiz a rapariga repetir o seu nome umas 100 vezes. Agora imaginem a situação: estão grávidos, o bebá nasce, vocês olham para ele e dizem, “que linda menina, tem mesmo cara de Covadonga”. Sim, meus amigos, garanto-vos que é um nome muito comum por estas bandas. Cova-Donga. Chamem-me tradicional, mente fechada, conservadora, o que quiserem. Mas acho que nunca vou ser capaz de superar o trauma dos nomes.

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