Técnicas de controlo

13.5.09

Em espanhol as línguas não se sabem, “controlam-se”.
Assim como um namorado possessivo que quer saber onde estávamos quando não lhe atendemos o telefone, assim como o panóptico e as doenças crónicas. Assim como a respiração nas aulas de ioga.
Queremos que o idioma nos explique porque se usa esta preposição e não a outra, porque se chama aos calções “calças curtas” e para os casacos inventaram dez palavras distintas, porque o jota tem som de érre e o duplo éle som de jota… Exigimos respostas, queremos controlar todos os seus movimentos e nuances, mas o raio da língua tem a mania da liberdade e foge-nos pelos dedos, qual menina independente.
Ultimamente têm me dito muito que já só me falta "controlar" um pouquinho mais o espanhol. E sempre que isso se passa, dou comigo a pensar em técnicas de tortura fascista.
Quem sabe funcione…

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