Casar? Quem vai casar?

7.3.09

Já vos tenho falado sobre os meus novos problemas de comunicação. Na verdade sinto um certo orgulho por ter passado (atenção: não deitar foguetes antes da festa) a fase das confusões semânticas e ter chegado a um novo patamar: o problema do sotaque.
Em espanhol “as vogais são mais abertas”, mas “não tão abertas como em italiano”. O “s” é mais sibilado “mas cuidado para não sesear”. No “c” e no “z” mete-se a língua no meio dos dentes. Mas “num mais do que no outro”.
Foi então que outro dia tive uma conversa interessante, que gosto de imaginar o quão surreal deverá ter sido na cabeça do meu amigo:
Marina – Ele não pode vir porque foi à Guiné casar…
Amigo Espanhol – Foi fazer o quê à Guiné?
M – Casar!
AE – Ah, arranjou uma pretinha por lá…
M – Ahahaha. Não, parvo, foi casar com animais.
AE – Como assim?
M – Uma floresta, uma arma, um animal, pum!
AE – Ahhhhh, caçar?
M – Sim, casar.

O mais engraçado desta conversa é que se passou há quase um mês e, até esta semana, não me tinha apercebido do problema comunicacional que tínhamos dito. Outro dia no almoço, esse meu amigo comentou, enquanto estávamos a ter a nossa já famosa discussão de “como ensinar às estrangeiras a dizer bem gilipollas”:
AE - Devíamos ensinar-vos palavras mais úteis, como caçar.
M – Caçar? Que inútil. Quando é que vamos usar essa palavra? – respondi, com o meu melhor tom de superioridade.
E disse uma amiga do outro lado da mesa: “Casar? Quem vai casar com quem?”

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