Verdade Verdadeira!

4.6.08

Hoje ouvi dizer que usar palavras como “sinceramente” é um sinal de que aquilo que se está a afirmar está longe de ser sincero. O carma cai também em expressões como “palavra de honra” e “a sério”. Isto, porque, no meu mundo actual existem muitas dessas palavras e outras várias artimanhas. Somos, então, obrigados a aprender a desconfiar.
- Sinceramente não sei do que está a falar
- Está bem, já sei que não confirma a informação, mas se quiser falar em off...
- Ok, mas promete que não me cita?
Coisa feia.
Isso tudo fez-me lembrar em como as coisas na infância eram mais fáceis. A minha mãe conta sempre que quando eu era pequenina e lhe mentia, a seguir a dizer a mentira, punha a mão no nariz para me certificar que ele não tinha crescido (como o do pinóquio). Isso era quase como falar em Off, digamos.
Mas voltando ao “mito urbano” dos siceramentes... não posso acreditar que seja sempre assim. Quando alguém diz "sinceramente, isso não me interessa" pode estar a mentir, mas também pode estar a pedir, desesperadamente, que acreditem naquilo por mais improvável que soe.
Isto porque a vida é como o jogo do lobo: existem dois tipos de pessoas.
Aquelas que nos viram “sinceramente” uns contra os outros para subir na vida e os que gritam e berram “sinceramente” mas acabam sempre por ser dados como culpados. Palavra de honra que é assim. Na verdade, devíamos fazer uma revolução para que aqueles que marquem as suas frases desta maneira pudessem ver isto reconhecido. Chamemos-lhe um derradeiro esforço romântico.
Verdade verdadeira.
Bem, com a devida margem de erro.

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