Para sempre
21.1.15
Vocês que estão casados e têm filhos. Vocês que disseram "sim quero". Vocês que compraram uma casa. Vocês que puseram um anel no dedo. Vocês que choraram quando viram o teste de gravidez. Vocês que celebraram o primeiro, o segundo e o terceiro aniversario.
Vocês, se me estão a ler, ajudem-me.
Eu não sei conjugar o verbo Para Sempre.
Eu para sempre.
Tu para sempre.
Vocês para sempre.
Nós para sempre.
Não sei. Nunca aprendi, nunca precisei e essa ideia me dá calafrios. Para Sempre? Sem possibilidade de dizer, "vá, já estou farta, paremos com isto", "não está a funcionar é melhor que cada um siga a sua vida", "já não gosto dele", "acabou-se o amor". Essa falta de liberdade assusta-me. Um compromisso eterno? Porque é que tenho que decidir já? Não posso experimentar mais? Não posso trocar se não gostar? As minhas mãos suam e tenho tremeliques nos olhos.
Mas, de repente, há três dias, sem nenhum aviso prévio perguntaram-me "Para Sempre?". E eu fiquei nervosa, muito nervosa. Tirei o casaco, entraram-me os calores, fiquei toda vermelha. Eu? Para Sempre? Sim, ¡Claro que sim! (mas não sei fazer isso... "não te preocupes, nada vai mudar").
E desde então tento gerir essa noticia.
Eu. Serei. Madrinha. M-a-d-r-i-n-h-a. Para sempre na vida desse feijãozinho que vi crescer e que até já me fez chorar. Esse feijãozinho que passou de "baby" a "baby Girl" e agora já tem nome composto e apelido. Nuria Maria Conde Rodrigues. Tu e eu. Para Sempre.
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