A baguete e o estado civil
13.1.10Então hoje fui à padaria e pedi:
- Uma baguete das pequenas, se faz favor.
A senhora olha para mim com um sorriso maroto. Não percebo, mas por educação sorrio de volta.
- Ah, vive sozinha - diz a senhora, que devia ter mais ou menos a minha idade.
Balbucio um "sim" meio envergonhado enquanto as minhas bochechas coram.
- Sabe, estes pães não têm muita saída - eu penso, "pronto, já me está a mandar a indirecta que o pão é velho" - É que acho que há cada vez menos pessoas assim, como eu e você.
Eu arregalo os olhos. Mas de onde veio toda essa intimidade?
- Sabe? Como eu e você, mulheres independentes e sem namorado. Das que compram pão só para uma pessoa.
E este será para sempre lembrado como o dia em que até a senhora da padaria me chamou de encalhada. Assim vais longe, Marina.
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