Comia-te com batatas

25.9.09

Tenho uma nova expressão preferida. É que quando um espanhol gosta muito de uma pessoa diz, “Ah, adoro o fulano, comia-o com batatas”. A primeira vez que ouvi alguém fazer este comentário, derreti. Mas à medida que fui escutando mais e mais vezes a expressão, comecei a pensar em como comeria eu as minhas coisas preferidas:

Os jornais, eu devoraria com azeitonas verdes, a literatura, com um waffle de caramelo, as series americanas, com pipocas salpicadas de queijo ralado fininho. Para acompanhar o pôr-do-sol eu escolheria uma tosta mista, e o amanhecer, eu combinaria com churros recheados de morango.
Quando tiver que comer todas as minhas viagens pelo mundo, escolho saboreá-las com um kebab, os passeios de barco combinam mais com camarões e molho rosa e os picnics com sandes de pasta de atum. Com muita maionese.
As noites com amigos, eu cearia com pão com chouriço e arroz doce, mas o erasmus em Torino, eu não comeria: beberia com vinho de garrafão. As cafezadas pedem scones e a faculdade cheira àqueles croissants com chocolate do Chiado que eu nunca cheguei a provar. Cascais lancha-se com gelados do Santini e Lisboa merenda-se com Pasteis de Belém. No Algarve alimentar-me-ia de Dons Rodrigos e no Porto de uma completa, picante e bem recheada francesinha.
Quando tiver que comer a Galiza, como-a com pulpo a feira. A Coruña, prefiro devora-la com as empanadillas do Tahona e Vigo com as Tapas do Barril. Já Madrid, por agora, combina mais com a Telepizza.
Mas quando penso em comer a Espanha (e que vontade tenho de devora-la), não vislumbro outra opção. É que este País Hermano tem mesmo de ser comido com quilos, quilos e mais quilos… de batatas.

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