O Caminho

19.4.09

No famoso caminho de Santiago conhecemos um senhor que me disse: “Eu vou onde a minha mochila for”. Na altura pareceu-me uma metáfora interessante, como se a sua mochila pudesse caminhar sozinha. Mas estava demasiado cansada e a minha cabeça automaticamente eliminou esse pensamento para ficar mais leve.
Agora, bolhas curadas, músculos relaxados e joelho quase (casi?) bom, voltei a pensar naquele senhor que nos ofereceu a luz da sua lanterna para não nos perdemos na montanha às seis da manhã. Apercebi-me de que tinha entendido mal o que me queria dizer.
Sem mochila, o caminho é um passeio para respirar o ar puro do bosque, para ouvir a nova playlist do mp3 ou testar um “kit caminhada” comprado nas últimas promoções.
Com mochila e exaustão, o “caminho de Santiago” é carinhosamente chamado de “O Caminho”.
“Yo no voy de coche, voy de pies”, encontrámos escrito algures no meio da montanha.
E foi neste exercício de esvaziar a cabeça de pensamentos pesados, que eles saíram da mochila e voaram. Para longe, bem longe.

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