Liberdades

6.5.08

Desculpem os amigos que já ouviram esta história vezes e vezes sem conta, mas há coisas que têm de ser registadas.

Outro dia, a propósito do 25 de Abril, estavam na rádio a conversar sobre a liberdade. A pergunta era: “Achas que fazemos um bom uso da nossa liberdade?”
(pergunta que já por si me irrita)
Então liga para lá um miúdo (19 anos) que diz o seguinte: “Ah e tal eu acho que nós, hoje em dia, não sabemos usar a liberdade que temos, antigamente é que era! Cá para mim, a única maneira de voltarmos a dar valor à liberdade seria fazer uma nova revolução”
Ahm?

Muito se fala sobre liberdade. A liberdade de opinião, a liberdade individual, a liberdade de expressão. A verdade é que me parece que quanto mais a sociedade discute um tema, mais ele se torna banal. Repetem-se opiniões mil vezes ouvidas, clichés morais e criticas sem fundamento. Antigamente dava-se muito valor à liberdade porque as pessoas não a tinham e agora que têm será que não lhes damos valor nenhum ou que, simplesmente, entraram na rotina e, portanto, são um dado adquirido fruto de uma sociedade desenvolvida?

A resposta apareceu-me, há dois dia, em frente aos olhos e sem pedir permissão. Eles passeavam na rua nus, nuzinhos como vieram ao mundo (apenas com sapatos, para guardar o dinheiro, supusemos!). Muita risota, lágrimas e dores de barriga. Uma foto aqui, uma gargalhada ali. E veio a pergunta, meia cambaleada:
- Porque?
- Porque somos más libres, disse o que tinha as cuecas tatuadas no corpo e um pénis... bem... não fica bem comentar.

Barcelona é, alegadamente, a única cidade onde se pode andar nu na rua. E resolveram tirar partido dessa liberdade. (há dois anos)

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