Capitulo I - Os desconhecidos

26.1.16

Eu, na verdade, nunca gostei muito deles. "Odeio pessoas", costumava dizer. Não gosto dos dramas, das fofocas, do disse que disse o primo do fulano. Em geral, nem sequer gosto do fulano.
Quando comprei aquele bilhete de avião buscava mais a introspecção que as gargalhadas. Ganhei os dois e nem sabia.
Fui porque sim, fui porque fui. Sem mais. Não sei bem o que buscava, porque buscava um pouco de tudo. Desintoxicar. Poder escolher. Se não gosto de ti, oh desconhecido, digo-te adeus, bye bye, I'll see you around. Se gosto, conquisto-te com uma cerveja de 20 cêntimos.
Acho que buscava a simplicidade. O branco e negro dos amigos que não duram mais de uma semana.
Tu sim, tu não. Nós sim, nós não. Gosto disso.
Esta é uma ode aos desconhecidos e às conversas de autocarro. "Eu conheço aquele desconhecido", disse um dia. "Sim, esse que vai com as calças rotas e sem camiseta". Dei-lhe um abraço. Desses que só dão os amigos.

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