Eles
15.11.15A Silvia e o Mauro. O Mike e a Mary. A Liz e o Rô. A Brailey contando do seu trauma da Tansmania. A Rose comendo arroz branco e Coca Cola. A Daisy e o Richard. Ele, com medo de moscas, ela, que depois de conhecer a Mongolia deixou a depilação. A Cris, que abandonou a crise espanhola e pôs a mochila às costas e a Ottavia que reclamava, protestava e criticava mas, no fundo, tinha um coração mole. A Luisa e a sua risada tímida e comentários ingénuos.
A Vivu, que foi entrevistada mas também amiga. O Henry, a Asha e o Volker que me fizeram sentir em casa, rir até ter lagrimas nos olhos, beber demasiada cerveja, participar em dramas amorosos e considera-los "amigos de verdade". A Rachelle, o Scot, o Harrison, a Amelie, o Tobin e o Marcos que conseguiram que eu acreditasse que outro tipo de familia é possível.
A Paloma e o Sergio. Outras vítimas da crise com quem partilhei viagem, cervejas e confidencias com selo espanhol. As galesas de quem não decorei o nome. Os alemães do autocarro que não falavam ingles. A Caroline, medica, e com medo da street food; as argentinas peronistas e os Oscar. Foi tão bom reencontra-lo. O Daniel e os seus whatsapps de engate. O Andres, tão inseguro mas que se despia em público com naturalidade. O Chris e a Lee. "Vaya 3", diríamos em España. Un americano com ataques de ansiedade, uma teenager "demasiado madura para a sua idade" e eu. Bombastico.
Depois chegou o grupo do centro. A Detta e o Iupe: o casal zen. Deles invejei a independencia e a calma. Fiz uma nota mental para tentar imita-los. O Jelte e a Lea que entraram rapidamente para lista de favoritos. Com ele viajei de moto, saltei em cascadas selvagens, comi demasiada "passion fruit" e rompi um dos 5 preceitos. "Fazemos só quatro e meio que uma cerveja não faz mal a ninguém", dissemos.
Depois vieron o Luke e a Nina. Ele tão francês, tão olhos azuis, tão coração partido. Ela, que virou amiga e companheira de motorbike, de templos vazios, vistas de perder o fôlego, regateios e todos os night markets que existiam à face da terra.
E chegou a Birmania e com ela a Sarah e a chuva de Bagan. Descobri o Pedro e recordei como Portugal sempre será "casa". Deixei-lhe a Emma e o japonês. Ela, londrina do mundo das finanças farta de computadores. Ele... se conseguíssemos entendê-lo poderia contar-vos algo.
Foi então que apareceu o Pablo. "Contigo a conversa nunca acaba", disse-lhe. "Olha que tu", respondeu ele.
E então falámos horas a fio, conhecemos templos, trabalhamos muito, stressamo-nos, gargalhamos no meio das ruas caóticas de Yangon e comemos rothi. Ele de Longyi e eu de thanaka.
E para acabar, nada melhor que uma familia: a Lea, o Tim, a Kiki e o Raf. Tão modernos, tão acolhedores, extrovertidos, tão generosos. Tão perfeitos.
Sem ele, sem todos eles, estes dois meses não teriam tido graça nenhuma.
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