#Welcome_to_my_life
2.8.105.15 – Toca o despertador.
5.30 – M. acaba de assimilar que o despertador tocou, que é de noite, mas que tem de se levantar. Que é de dia, mesmo que não haja sol (nem qualquer vestígios dele).
6.00 – M. sai de casa e começa um fernético zapping de rádio tentando anotar mentalmente quais as noticias mais importantes do dia. Desiste. Saca o bloquinho de notas e anota enquanto conduz: alerta acidente.
6.15 – M. chega ao trabalho. Acende as luzes da redacção e cumprimenta as empregadas da limpeza.
7h – A equipa da manhã já chegou (e quando digo “equipa” são as três pessoas com quem trabalha). O primeiro telejornal é às 8h.
11h – Já passaram 5 horas desde que chegou, já se emitiram quatro telejornais (um por hora) e M. ainda não se levantou da cadeira. “Ah, já é dia lá fora” (é a primeira vez que tem tempo para olhar pela janela).
14h – Já só falta uma hora de trabalho e o cansaço da equipe é notável. O resto da redacção vai chegando com cara de sono. “Cheiras a leitinho”, pensamos.
16h – Trabalho acabado e almoço comido. No caminho de volta para casa, os olhos fecham e o corpo dói. Objectivo: dormir uma siesta.
16.30 – “Mas eu não deveria dormir, senão não tenho sono à noite”. “Bem, se dormir só 20 minutos, depois aproveito melhor o dia”. Planos do dia: praia + ginásio + jantar com amigos.
19h – alkashdaskdhjsak! “Não acredito que dormi até agora!!!! Que idiota!!” Começa o mau humor de M.
19.01 – Insultos vários a si mesma.
20h – Liga-lhe um amigo: “Vamos jantar fora?”. Coitado, não sabe o que o espera.
20.30 – No restaurante. Silencio. M. revira os olhos e olha para o relógio. Responde mal, olha para o lado e amua. Neste momento odeia a humanidade.
20.31 – “Vamos para casa?”. “Mas acabamos de chegar”. M, furiosa: “Olha desculpa lá se tu tens um horário normal, caso não saibas eu tenho de acordar daqui a poucas horas, preciso dormir. Leva-me a casa ou apanho um taxi”.
22.00–M. já está em casa e o seu amigo odeia-a. M. põe-se na cama e… Cadê o sono?
23.30 – M. está furiosa porque não consegue dormir. A sua fúria não ajuda a que o sono chegue.
24.00– Começa a chegar o sono. O mau humor alcança picos históricos. Daqui a cinco horas o despertador tocará de novo.
Esta historia tem a variante de não dormir a siesta que, acreditem, é muito pior. O mau humor começa as 16, porque “tenho sono” e se prolonga até as 19h, quando muda para “tenho de estar na cama daqui a duas horas”. Como podem ver, ultimamente sou a melhor companhia do mundo.
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