Frífólí

17.11.08

- Vamos a um bar que está a tocar a uma banda muita fixe.
- Que tipo de música tocam?
- Ah tocam várias.
- Mas dá um exemplo.
- Olha, o “frifólí” vão tocar de certeza.
- Qual?
- O “fifóli”
- Ah, não conheço…
E de pensar que a conversa poderia ter acabado assim. E de pensar em todas as conversas que já acabaram assim. E em todas aquelas que não acabaram por terem sido interrompidas assim.
- Ah, não conheço – disse naquele dia. E em tantos outros dias repeti. Não conheço esse actor, nem esse grupo. Nunca ouvi falar desse filme.
- Claro que conheces – insistiu. Penso agora em todas as vezes em que não houve a insistência.
- Repete lá o nome?
- Frí-fó-lí
- Não conheço mesmo… Se calhar não fez sucesso em Portugal – digo para tentar enganar a minha ignorância.
- É aquela “I’m frí, frífóoooolí”
- Free falling?????
- Exactamente, vês como conheces?
Pois conheço. Tal como o “áirbarr”, o “Richár Gére” e o “Tim Búrtún”.
Isto porque a minha vida mudou desde que me ensinaram que por aqui falar inglês com sotaque inglês é coisa de gente presumida (convencida, diríamos nós).
Mas o estatuto de estrangeiro nestas coisas tem uma autoridade decisiva. E agora quando me dizem:
- O filme da Mégraía
Eu saco do estatuto e respondo:
- Diz lá isso com um sotaque presumido
- Meg Ryan – dizem numa gargalhada e um biquinho muito british
E eu rio-me de felicidade por já saber comunicar. E por já saber quem são os “Blikcientochentaydos”, que por sua vez são amigos dos "Ú Dos"
Muchas véri ténkiús, como se diria por aqui!

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