Termo de responsabilidade

24.4.17

Quase não entramos na India. Quase.
- Há uma irregularidade com o seu visto - dizem com cara de circunstancia.
Soltam as palavras mas para eles a vida segue. Mudam de turno, atendem chamadas, riem. E, enquanto isso, nós ali, sentados no chão daquele aeroporto, à espera.
- E se não nos deixam embarcar?
Pensamos no dinheiro perdido. Na viagem de sonho. Numa alternativa para as ferias.
No cancelamento dos hotéis. No fracasso.
Quase não entramos na India mas decidimos arriscar. Assumimos as consequências: a suposta multa de 3.000 euros, o preço de ser deportados. Assumimos as consequencias e "pensamos positivo", como se diz na minha familia. Assinamos o maldito papel. O "termo de responsabilidade" que lhes da, obviamente, a eles tudo e a nós nada.  Abraçamos a injustiça e vamos.
Tudo corre bem.
Tudo corre bem a pesar dos nervos, da noite mal dormida, do nervoso miudinho na emigraçao.
Tudo corre bem e estamos na India e não parece real. Sabíamos que seria colorido, sujo, caloroso, picante e difícil. Está a ser muito mais do esperado.
Passaram dois dias e eu so penso: ainda bem que arriscamos. 

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