A maldição dos piropos

6.7.10

No domingo estava a passear na rua e diz-me um homem: “Menina, caiu-lhe um papel”. Eu parei, olhei para o chão, fiz um scaner geral aos meus arredores e nada. Quando voltei a olhar para o dito homem, a ver se ele me mostrava onde estava o objecto perdido, ele põe cara de “sou doente mental” e responde-me: “O papel que te embrulha, bombom!”.
Para quem não sabe, eu tenho um imã para piropos nojentos. Recorde-se um dia em que, num centro comercial, um homem veio por trás de mim e disse-me, quase sussurrando-me ao ouvido: “A ti até te deixava mijares-me na boca”. Ou aquela famosa vez em que, passeando placidamente pela rua, um senhor grita-me: “Anda cá que o pai unta-te”.
A história do bombom podia ter sido só mais uma anedota para contar numa reunião de amigos, mas a primeira coisa que eu pensei quando ouvi a boca foi: “Será que voltou a maldição dos piropos?”.

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