Moleskine, o meu melhor amigo

7.12.08

Em tempos o meu melhor amigo chamou-se Wilson e era uma bola de futebol velha. Depois substitui-o pelo murphy, uma caveira roubada em noite de bruxas. Agora tenho um novo melhor amigo. É preto, tem capa dura e chama-se Moleskine.
Só a ele confesso as minhas eternas dúvidas de espanhol (ah, para que conste: ontem descobri que “hundir” não é fundir, mas afundar. Realmente estava a achar estranho que o Prestige tivesse “fundido”, mas com estes espanhóis nunca se sabe).
Nele anoto aquela frase entreattada, o momento que a minha memória de peixe não pode deixar escapar. Escrevo conjugações verbais completas misturadas com números de telefone. Rabiscos a lápis e sublinhados a vermelho.
E na quinta-feira a tarde a minha professora de espanhol perguntou:
- Não gostaste da aula?
- Gostei sim, porque a pergunta?
- Não tiraste nenhuma vez o teu caderninho preto da mala.
Eu ri-me e inventei uma desculpa qualquer. E, enquanto descia as escadas, saquei do caderninho e rabisquei: Moleskine, o meu melhor amigo

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