Mais um sábado

7.11.10

Cinquenta e dois. Sim, durante este ano houve/haverá cinquenta-e-dois sábados. Um deles era o dia do meu aniversário. Um sábado qualquer perdido aí no meio de tantos dias. E então um dia o Papa acorda e diz: Rá! Acho que destes 52 sábados vou escolher o dia 6 de Novembro para visitar a Galiza. Não, não podia ser outro dia. Não, não podia ter ido a outro lugar. Não, tinha de vir à Galiza no dia dos meus anos. Dizem que foi bom porque vou ter um ano abençoado. Porque quem entra o ano a trabalhar, trabalho não lhe faltará. Que a adrenalina é a droga de qualquer jornalista. Pois é. Este ano o meu aniversario era num dia não laboral, mas, caprichos da vida (e caprichos do Papa), este sábado foi o primeiro e único sábado do ano em que eu tive de trabalhar. Então adeus planos de viagens, passeios e telefonemas. Foi um dia duro, de dores de cabeça, suores frios e alguns insultos. Dia de gritos, risca-escreve e olho stressado. Mas foi também o dia de ouvir os parabéns cantados em portuñol, de receber três bolos de aniversário e muitos beijinhos e abraços sinceros. Não atendi quase nenhum telefonema. Não respondi a nenhuma mensagem. Não tive um dia da princesa. Mas quando o trabalho acabou, gritámos “Sobrevivemos ao Papa” e o resto é a história de trinta pessoas desaparecidas na noite coruñesa. Assim se cria uma nova lenda.



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