(quase)

11.4.16

Diz o Paul Mason que no futuro viveremos (quase) sem dinheiro e eu (quase) acredito.
Porque talvez não sejamos a geração perdida. Talvez não tenhamos uma vida pior que a dos nossos pais. Talvez tudo seja uma questão de perspectiva.
Jantar fora está "out" porque o que está "in" é cozinhar. Já não compramos sabão nem creme hidratante. Fazemos em casa. Na aldeia cultivamos kiwis e pimento picante. Vem dai um tomate da horta e cebolas caseiras. Os pais do meu amigo têm galinhas, os meus têm ameixas. Trocamos.
Vendemos aquela televisão que havia lá em casa e que só ocupaba espaço. Ganhamos quase cem euros e respiramos de alívio. Vens visitar a minha cidade? Alugo-te um quarto e faço-te o pequeno almoço.
As aulas de inglês, faço na escola pública e os livros e os filmes estão todos online. Nada de comprar pipocas de microondas, as de milho de verdade é que são boas.
Também é melhor o pão caseiro e o doce para o café da manhã. Almoçar numa esplanada em frente ao mar? É mais divertido un piquenique debaixo da árvore.
Se o meu vizinho tem internet, un "alargador de sinal" faz-nos a todos mais feliz. ¿Comprar fora dos saldos?, isso é gastar por gastar.
Talvez o que o Paul Mason queria dizer é que somos a geração dos forretas. Dos que compram as ferias com un ano de antecedência e vão por ai gabando-se do bom negocio. Se calhar o "gratis" é mesmo a nova forma de vida.
Ou (quase) a única vida possível.

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