Capitulo II, Os Amigos

18.2.16

Eles vêm buscar-te ao aeroporto, abrem-te a porta de casa em pijama e, cara ensonada, sorriem quando te veem. Com eles rio, conto, falo. Falo, falo, falo. 6 horas seguidas, sem aborrecer, 24 horas, noites a fio. Gargalhadas abafadas até às duas da manhã.
Com eles, os amigos, tudo está bem. Comemos do mesmo prato, usamos a mesma prateleira do frigorífico e dormimos na mesma cama. "Contigo não há ca cerimonias", dizem. E aquecem-me a alma.
Tanto faz se te dói a garganta e preferes ficar em casa. Se jantamos comida de ontem. Se recusas o jantar e ficas-te pelo chá. "O importante é estar juntos". Olhadas cúmplices na rua, abraços e beijos que a vida adulta nos tirou.
Os amigos são casas espalhadas pelo mundo. "Que sorte, és tão internacional", comentam. Sorte e saudade. Ter amigos como os meus é conjugar esse verbo a través do whatsapp. É passar semanas, meses, sem um "ola, bom dia" e acabar metida na sua casa, encaixada na sua rotina.
E quando pensava que esta viagem acabaría num eu mais independente vejo-me aquí, saudosista, a gabar os meus amigos.

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