A política

Antes de ser jornalista eu era uma cidadã muito mais tranquila. Corrijo. Antes de escrever sobre politica eu era uma cidadã muito mais mais pura, mais normal. Como vocês sabem a minha condição de saltimbanco nunca me permitiu exercer o meu direito de voto, e agora isso de alguma forma me alivia.
Passo os dias a analisar os políticos, a criticar as suas palavras, a descobrir e a difundir as suas jogadas. Depois conheço-os e a coisa piora. Vejo o assessor de imagem, a mudança de discurso quando a luz vermelha diz que estamos em “on”. E então perguntamos-lhes sobre tudo aquilo que temos estado a falar. O dinheiro ilegítimo, as sabotagens e as trafulhices e eles não respondem. Nunca respondem. Depois há as jogadas e as alianças indevidas. As historias de bastidores, as amantes, os colegas e os inimigos. E então o outro diria. “São todos iguais”. Não, não são todos iguais, mas todos têm aquele defeitozinho imperdoável, aquela decisão inadmissível, aquela resposta que nunca deveria ter sido assim. E há medida que vão passando os dias, e vou me vou afundando neste mar sem volta atrás, lembro-me dos tempos em que era uma cidadã pura e acreditava verdadeiramente na politica. Agora, agradeço ao destino a minha situação de cidadã do mundo. Porque se tivesse que votar, que escolher um, dormiria muito mal durante a noite.

Já é Natal!

O Natal chegou ao nº13 da Av. Gran Canaria.

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