O sr. inglês

Estava eu na redacção a montar a minha querida reportagem, quando me telefona um jornalista “da casa”.
- Marina, é verdade que entrevistaste o cozinheiro inglês que está na Galiza?
- Sim.
- Podes passar-me o contacto dele para lhe fazer três perguntas?
- O sr. Chama-se Rick Stein – digo. (Sim! Eu entrevistei o Rick Stein!!)
- Como?
- Rrrrik Essstaaaiiinnnneeee – clarifico.
- Ah, mas esse quem é? O cozinheiro ou o tradutor? – pergunta, confiante.
- Não, ele não tem tradutor.
- Como não? – revolta-se – E então como o entrevistaste?
- Em inglês…
Silêncio.
- Bem… Se calhar é mais fácil se me contares directamente o que ele te disse, porque assim escusamos de chatear duas vezes o pobre senhor.
....
Por hoje é tudo.

Congratulations!

Hoje, conversando com o assessor de imprensa para preparar uma entrevista:
- Pode ser às 10h? – pergunto.
- Ah, não, é que às dez não vou poder estar por lá – diz, meio atarantado.
- Mas não há problema… Eu apresento-me directamente ao senhor.
(silêncio, murmúrio, confusão)
- É que não está a perceber… - acrescenta o assessor, com tom de superioridade - Este senhor só fala inglês e eu não estarei lá para traduzir
- Ah! Não se preocupe, eu também sei falar inglês.
- Mas tem a certeza que consegue fazer uma entrevista inteira em inglês? – pergunta, incrédulo.
- Consigo fazer isso e muito mais! – comento em tom de troça.
E então ele pára, pensa e conclui:
- UAU! Parabéns!

Com muita vergonha minha, caros amigos, este é o país em que eu vivo.

Detox #14

Faltam exactamente seis dias para terminar este meu (duro, intenso e torturante) período de desintoxicação. Ultimamente tenho dedicado as minhas horas livres a pensar qual vai ser o primeiro doce que vou comer depois desta eternidade em abstinência. Toda a gente sabe que a primeira vez é muito especial e, portanto, tem ser muito bem planeada. Então, ajudem-me lá, leitores e amigos: alguma sugestão?

Festa ou trabalho?

Hoje um amigo (habituado à minha rotina madrileña) ligou-me às nove da noite. Por alguma razão eu não escutava o que ele dizia do outro lado da linha. Mantive durante um minuto uma conversa unilateral de "tou?", "Toooooou", "não te ouço..." e depois desliguei.
Ao cabo de uns minutos recebo uma mensagem: "Desculpa, não sabia que estavas a dar uma festa em tua casa. Depois falamos". Não era uma festa. Era o som ambiente do meu actual trabalho. Deadlines de uma em uma hora, gritos, insultos, gargalhadas e aplausos. Será que estou a adorar?

Eu pequena e ela grande

Sempre tivemos uma relação complicada, eu e ela. Desde que éramos pequenas, que dizer, eu pequena e ela grande, ela sempre grande, sempre muito grande. Então eu olhava para ela com um ar de desprezo, com aquela cara de nojinho que fazemos sempre que vemos uma lesma gosmenta pelo chão. Nojo, repulsão, horror. Era isso que eu sentia por ela. Desculpem. É a verdade. Claro que a nossa história não vem de agora, nem de quando éramos pequenas (eu pequena e ela grande), vem do tempo que em nós ainda só éramos um subconsciente. Daquele tempo do qual só recordo uma pequena e concisa frase: “Hei, qualquer dia podes voar”, diziam-lhe. E eu ali, chorando e remoendo-me de inveja. Sempre sonhei em ser um pássaro.
Mas nasci mulher e, como todo o ser humano, lá tive de aprender a lidar com o absurdo da existência. E como, por mais que eu evitasse, disfarçasse, mascarasse, ela acabava sempre por aparecer, eu resolvia o problema na faca. Rasguei fotos, meti-me em lutas, bati, insultei e amuei. Eu não gostava dela. E ela, ai dela, nem sequer tinha direito a opinião.
E então agora, depois de uma vida controlando os danos, reparando os resíduos, mascarando o inevitável, ela está aqui, livre, leve e grande, cada vez maior, à vista de todos.
Hoje fiz o meu primeiro directo para a televisão, mas quem apareceu no ecrã não fui eu e o meu sotaque luso-brasileiro-italiano. Eu, e o meu cachecol roxo, presente do meu amigo das terras baixas. Eu, e a minha informação precisa, o meu sorriso-de-dez-anos-de-aparelho. Eu e, sei lá, os meus olhos verdes. Não. Quem encheu o ecrã a todo o vapor, assinou a sua carta de emancipação e gritou de pulmão cheio “estou aqui!”, foi ela. Mais uma vez, ela.
Hoje a minha orelha de Dumbo foi a protagonista de um directo para a tv. O seu primeiro directo. Por favor, uma salva de palmas em sua homenagem.

Detox #13

É como aquele rapaz giro que sabemos que nunca nos vai telefonar. Como a viagem dos nossos sonhos que nunca poderemos fazer. Como as enxaquecas, o teletransporte e o príncipe encantado: impossíveis de resolver.
Já me passou a vontade de comer doces. Eu agora olho para eles, assim, com a resignação passiva daquele sonho longínquo que nunca realizarei.
E considero assim oficialmente aberta a última fase do meu período de desintoxicação.
(Só faltam 10 dias)

Uma tarde livre

Hoje fui ao shopping para aproveitar a tarde livre. O resultado foi surpreendente:
- Tres pares de tenis;
- Cinco camisolas;
- Duas malas;
- Um cinto.
Valor total da compra: 40 euros.
Primark, TE QUIERO!

Detox #12

Hoje no trabalho começaram a oferecer chocolates. Quando o saquinho das tentações passou por mim, eu disse com o meu sorriso amarelo de sempre:
- Ah, não, obrigada, agora não quero.
E foi então que uma colega comentou:
- Já repararam que a Marina diz sempre que não aos doces?
Ao que alguém responde:
- Sim! É por isso que ela é tão magrinha.
Ai... queridos amigos... se vocês soubessem da missa metade...
P.S.- Achei que não era uma boa táctica de "integração social" chegar ao novo trabalho contando que sou viciada em gomas e que actualmente me encontro no meio do meu processo de desintoxicação. Preferi fingir que sou uma pessoa normal. Até hoje a táctica está a funcionar medianamente bem.

A Dasi e a Joso

Há uma das raparigas do meu trabalho que tem a mania de arranjar alcunhas para toda agente. A experiência ensina-me que nessas situações não há nada a fazer, porque quanto mais lutamos contra uma alcunha, mais ela pega e, portanto, o melhor é sempre "calar e consentir".
Hoje esta amiga apresentou-nos uma amiga sua. "Esta é a Dasi", disse. E a fulana corrigiu, "Sou a Lucia, um prazer". Claro que uma conversa puxa a outra e lá tivemos de perguntar porque é que a alcunha dela era Dasi. Então a minha amiga presenteou-nos com a sua lógica magistral.
- É simples - disse - De Lucia passou a Luli e Luli rapidamente evoluiu a Lula. Como o único Lula que eu conheço é o Lula da Silva, comecei a chamar-la Da Silva. Desse modo, claro, rapidamente a alcunha se transformou em DaSi.
Depois do momento de risota geral, eu comentei algo como: "És maluca!", ao que ela respondeu:
- Nao te queixes muito Mari-Mari que qualquer dia ganhas uma alcunha mais original.
E então alguém gritou lá do fundo:
- Joso, podía ser Joso!!
Eu fiz uma cara de "não-entendo-nada-do-que -se-está-a-passar-aqui" e veio a temida explicação:
- José Sócrates, Jo-So.
...
Não, por favor não. É que só me faltava essa.

Detox #11

Hoje já é terça feira e é a primeira vez nesta semana que penso em doces. Ok, a semana só começou ontem, mas concluo que, no fundo, a gula é só um indicio de falta do que fazer.
(ai, como me vou arrepender de ter dito isto...)

Tudo menos as unhas

No trabalho chamam-me "Marina sorriso".
Porque quando nos disseram que sairíamos à rua com uma câmara no ombro, eu soltei uma gargalhada. Quando a minha companheira abandonou-me a meio da minha primeira montagem, eu respirei fundo, sorri e trabalhei até de madrugada. Quando me contaram da produção, do carro, do computador e dos turnos, eu não me importei, a serio que não!
Mas hoje o meu chefe disse-me:
- Ah, e esse verniz vermelho tem de sair.
Eu ri-me, claro, e comentei algo como: "Ha-ha-ha que boa piada, os homens não percebem nada de moda"
E então ele respondeu, meio serio, meio a brincar:
- Não quero nada que distraia a atenção do espectador.
(silêncio) A coisa era mais seria do que eu esperava.
Então senti que era momento de apelar.
Tentei explicar que o espectador adoraria ver unhas bonitas na televisão, não funcionou. Que eram uma marca da minha personalidade, ele não caiu nessa. Que queria conversar com a nossa estilista, ele disse que era o chefe dela. Que iria queixar-me ao sindicato, ele lembrou-me que eu não estava inscrita.
Transtornada, e vendo que não havia como demove-lo, fui para casa, glup, peguei na acetona, glup, e no verniz transparente, glup glup, e pus mãos à obra. Quando acabei o serviço mandei uma mensagem ao meu chefe: "A antiga Marina morreu, favor enviar o seu corpo de unhas pintadas para a sua residência portuguesa".
Ele riu-se. Mas eu não.
Estou de luto. E nem sequer posso ter as unhas pintadas de preto.

Capturaste? Renderizaste?

VTR, colas, P2 e Edius. Captura, planos e paneo. Balanço de brancos, filtros ND, ganacia e shutter.
Apresento-vos os meus novos amigos. Os responsáveis pelos meus mais recentes pesadelos e tremeliques nas mãos. Chegaram meio áridos, meio com cara de leite azedo. Eles e os quilos que se depositaram nos nossos ombros, !ai, as minhas dores de costas!, eles e o seu manual. Mas são meninos de personalidade forte. Rapidamente criaram um espacinho nas nossas conversas, nas nossas preocupações e prioridades. E, sem que nos déssemos conta, estabeleceram-se no top no nosso vocabulário. Capturaste? Renderizaste? Usaste filtros ou ganâncias? Não!, não faças paneo!
E, sem que ninguém se desse conta, ou assinasse uma carta de autorização, a nossa vida mudou. Dou por mim a sonhar acordada com os dias de gritaria na redacção, com os stresses do “não vai dar tempo”, com as vitorias e derrotas, o “estamos no ar” definitivo. Olho para trás e penso: “Como consegui viver tanto tempo sem isto?”.

Detox #10

Coloquei todas as minhas gomas acumuladas (são muitas) num saco e pus o dito cujo na ultima prateleira do meu armário da cozinha.
Ás vezes, quando não tenho nada para fazer, abro o armário e fico ali, minutos sem fio, olhando. Só olhando.
O que o os olhos não vêm, o coração não sente.
Gomas, I miss you...

Detox #9

Hoje, como seria de se esperar, desmaiei no meio da minha primeiríssima reportagem para a televisão. Quando voltei ao mundo dos vivos, uma amiga disse-me:
- Marina, estás bem? Que te passou?
- Acho que tive uma quebra de tensão - respondi, já por inércia.
É nesse momento que ela põe uma cara de pânico e começa a gritar:
- Açúcar, açúcar, tragam açúcar que a minha amiga desmaiou!!
Então eu, de repente, no meio da minha zonzice, apercebo-me do problema em que me iria meter e digo, com o que me restava de forças:
- Não, por favor, açúcar, não. (pausa para respirar fundo e pensar numa solução rápida). Melhor uma coca-cola.
...
Isto já se está a tornar preocupante.

"Ah não, isso é impossível!"

Talvez seja eu e essa minha obsessão de que “aprender é crescer”. Talvez seja eu e essa minha sede insaciável de desafios e aventura. Talvez eu seja apenas muito nova e não consiga medir as consequências. Talvez, quem sabe.
Mas a verdade é que não consigo entender quem leva a vida de outra forma.
Então chegas lá, tu, toda confiante e cheia de vontade. Chegas lá e dão-te a volta aos planos. Parece que além de A, teremos também de fazer B. “Como assim B?” dizemos num primeiro momento. “Nunca aprendemos a fazer isso, não, nunca seremos capazes”. E dizem-nos que sim, que há que fazer, que não há alternativa.
E então, sei lá, pode ser uma coisa minha, mas eu, perante tal situação, penso:
- Bem, ok. Toca a concentrar-se, estudar, aproveitar todos os minutos do dia, que fazer B não deve ser tão complicado.
Pode ser optimismo em demasia, mas verdade é que nesse momento até me chega por passar pela cabeça: “Ah, que bom!, vou aprender a fazer outra coisa nova”.
Agora o que eu não posso entender são essas pessoas rancias, pessimistas e apegadas que decidem investir todo o seu tempo e energia restantes a criticar, protestar, queixar-se. Dizem que não são capazes, que assim não pode ser. Perguntam a opinião de fulano, cicrano e beltrano. Querem ouvir mais reproches, mais lamentos, mais revolta. Querem sentir a sua dor partilhada por todos. Que todos lhes dêem razão. Que sim, que é muito difícil, demasiado complexo. Que será impossível fazê-lo bem. E acho que isso, de alguma maneira, os conforta.
Eu se calhar sou passiva demais, optimista demais, submissa demais. Mas é que se me dizem “ou sim, ou sim” eu opto sempre pelo sim bem feito e empenho todas as minhas energias em consegui-lo. No entanto, isso deve ser um problema meu. É que só pode.

Detox #8

Ontem guiei durante seis horas seguidas. Como não podia partilhar essa grande viagem com as minhas companheiras "gominolas", optei por comprar batatas fritas.
Cheguei ao meu destino com dores de barriga.

Então adeus

Hoje é um dia triste. Um dia triste que precederá muitos dias felizes, espero, acredito. Mas isso agora não importa. Não lhe tiremos a importância a este momento.
O dia do adeus, até já, abraços apertados e chocolates que não posso comer. O dia dos presentes, da boa-sorte, do “tenho a certeza que tudo vai dar certo”. O dia da dúvida, do aperto no peito e da lágrima engolida com um sorbo de cerveja. Uma manhã de olhos inchados, sussurros e momentos de meditação debaixo dos lençóis.
O dia do “último”. O último almoço, a última pausa a meio da manha, a última discussão com actores impertinentes, a última queixinha, a última vez que dizemos e gritamos a quatro ventos “com o dinheiro que ganha, devia lamber o chão em que pisamos”. A última piada que vai para a parede, a última “tu estás gorda, cala-te”. O último dia sentada nesta cadeira tão minha.
Então adeus. Adeus computador barulhento, telemóvel que não vem factura no fim do mês, canetas, papeis, apontamentos e arquivos. Adeus recortes de jornais e actualizações de pagina web. Adeus entrevistas recusadas e outras pedinchadas. Adeus campanhas de promoção, ante-estreia e conferencias de imprensa.
“Se te arrependeres, volta”, dizem-me e eu digo que sim. Mas no fundo todos sabemos que este é o último dia. Depois de hoje: bye bye, kaput, até uma próxima vida.

Detox #7

Não sei se já comentei aqui, mas em Espanha existe um “estranho” hábito (ainda não decidi se acho estranho ou genial) de levar doces para o trabalho sempre que algo de bom acontece na nossa vida.
Sim, eu disse doces.
Então ontem, como quem não quer a coisa, perguntei:
- E se eu amanhã ao invés de levar doces, levasse, sei lá, folhados de salsicha?
- Folhados de salsicha??? – responderam-me com aquela cara do “marina-és-uma-pessoa-estranha”
- Sim… queria saber se posso levar coisas salgadas ao invés de doces. Assim pelo menos teríamos uma comemoração mais original, ou não? - achei que valia a pena tentar...
(Eles olharam-se entre si, riram-se, deram-me uma palmadinha nas costas e disseram:)
- Boa tentativa, cara amiga..
Foi então que hoje, quando cheguei ao trabalho com uma gigante caixa de chocolates, os meus companheiros, esses maldosos, perguntaram-me instantaneamente com um ar malicioso:
- De certeza que não queres um?
E eu respondi, convicta, enquanto piscava um olho:
- Não, obrigada. É que não gosto muito de chocolates. Como sabem, sou mais uma rapariga de gomas.
Quem é a espertalhona agora, quem?

Detox #6

Sinto que desde o inicio da minha desintoxicação já passei por varias fases:
1. As mãos tremem e o corpo grita por açúcar
2. Revolta: "Mas porque é que me meti nisto?"
3. Odio contra todos os GLUTÕES do mundo
4. Resignação. "Queres bolo?". Cara de profunda tristeza: "Não posso..."
5. Tentativa de dar a volta ao sistema. "E se comer gomas light?"

Tenho a sensação que este processo será cíclico e que dentro de pouco tempo as minhas mãos começarão outra vez a tremer.
Preparem-se.

El pescadito

Isto de ter um diário digital tem o que se lhe diga. Chegas aqui, escreves, desabafas, divertes-te e ris-te com as tuas próprias historias. Das-lhe a publicar e depois vais à tua vida.
Os “problemas” começam quando chegas ao pé do teu grupo de amigos e eles perguntam-te:
- Então como vai tudo em Espanha?
Tu dizes que bem, que estas muito contente e começas a sacar o teu rol de historias engraçadas e divertidas que foste acumulando durante a tua última estadia. São de sucesso garantido, pensas.
- Nem sabes! Outro dia roubaram-me um casaco dentro de uma loja..
Ou
- Acreditas que a principal preocupação das espanholas é a possível proibição de comer presunto durante a gravidez?
Ou, sei lá..
- Outro dia a senhora da padaria chamou-me encalhada.
E é então que eles fazem um sorriso amarelo e respondem:
- Sim, eu sei, eu li no teu blog.
Gera-se um silencio constrangedor. Eles querem ouvir aventuras mas tu, sem os teus trunfos, já não tens a mínima graça, ficas muda, envergonhada e pensas: “Tenho de começar a guardar algumas historias para depois ter o que dizer nestas situações”. E isso é triste, muito triste.
Mas no último sábado atingi um novo cúmulo dentro do que eu gostaria de qualificar como “as formas que o teu blog tem de lixar-te a vida”. Estávamos numa festa e além dos típicos amendoins, os anfitriões tinham decido espalhar pela casa milhares de potinhos de gomas.
Eu fui lá, olhei, respirei fundo e estiquei a mão para tirar umas batatas fritas oleosas e sem sabor. É nesse momento que chega o meu amigo e leitor El Pescadito e diz:
- Viste que têm gomas aqui?
- Sim…
(nao está a ter graça esta conversa)
- E não queres?
(Olhar fulminante)
Dois minutos depois.
- Hei, como estás a conseguir resistir? As gomas estão óptimas! – diz com ar de troça.
(Olhar assassino)
Uma hora e alguns copos mais tarde:
- Marina, Marina! Olha para mim a comer gomas! Mmmmnhami! Nom Nom Nom.
(Olhar tás-aqui-tas-a-levar)
- Ouve lá! Mas qual é o teu problema? – grito-lhe, já em ponto de ebulição.
Então ele aproxima-se e responde com um ar solene:
- 'Tou a fazer isto para ver se saio no teu blog! Falas sempre de milhares de amigos e nunca contaste nada sobre mim. Aposto que esta cena vai para o Detox #6 – confessa o Pescadito.
....
E esta é a história de como o Pescadito conseguiu o meu ódio eterno e um post dedicado a ele no Margem de Erro. E agora, pensando bem, concluo que esta situação lixou-me duplamente, porque também já não vou poder contar isto no meu próximo jantar de amigos. God, I hate my blog!

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